Alexandre Martins 

BRASIL
 

“Minha memória de infância da década de 1970,

me traz alguns elementos não muito claros como a cor cinza nos móveis de aço da redação do jornal que meu pai trabalhava, as quinas arredondadas de alguns produtos da Braun e a precariedade

da industria nacional refletida em seus produtos.

Automóveis e eletrodomésticos.

Creio que de algum jeito essas formas que habitam minha memória começam a vir à tona como pequenos icebergs.

As joias apareceram também nessa época em minha vida.

Eram joias de ouro, quebradas, que eram trocadas por bichos de

pelúcia horríveis.

Essas coisas se misturam na minha mente como um quebra-cabeças. Naquela época ainda não sabia que era o capitalismo que nos impunha uma ditadura horrorosa e que era o Dieter Rams quem desenhava aquelas coisas que eu achava mais interessante

que as joias que eram trocadas.

Na interpretação benjaminiana do materialismo histórico,

em suas teses, não é somente o futuro e o presente

que permanecem abertos, mas também o passado.”

A série de broches é uma homenagem a Ind Brasileira, seus sindicatos, suas lideranças e seus esforços para deixarmos de ser um país agrícola e exportador de commodities e criar um mercado interno forte, capaz de gerar bem estar social e igualdade.

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